A fome no Brasil não é apenas uma tragédia social, é um reflexo direto da falta de ação do governo. Enquanto milhões de crianças vão para a escola sem ter o que comer, programas essenciais são mal executados, escolas seguem sem merenda adequada e recursos não chegam onde deveriam. A desigualdade aumenta porque as políticas públicas não acompanham a realidade do povo. A fome que atinge nossas crianças hoje é resultado da omissão, da má gestão e da incapacidade do governo de garantir o mínimo: dignidade alimentar para quem mais precisa.
O ensino no Brasil é dividido em Educação Básica e Educação Superior. A Educação Básica inclui a Educação Infantil, o Ensino Fundamental e o Ensino Médio, sendo obrigatória dos 4 aos 17 anos. A Educação Superior engloba graduação, pós-graduação e extensão. Existem também modalidades como a de Educação de Jovens e Adultos, Educação Profissional e Tecnológica e Educação Especial.
Investimento: Há críticas sobre o alto investimento em ensino superior em comparação com a educação básica, que está desatendida, especialmente em infraestrutura como saneamento básico e acesso à água potável, conforme o Brasil Paralelo e Educacional.
Fatores como formação de professores, gestão escolar, corpo docente e estrutura do ensino influenciam os resultados, que variam de acordo com a região e até entre escolas próximas, aponta o YouTube.
Breve histórico
A educação formal no Brasil começou com os jesuítas em 1549, com o objetivo de catequizar e ensinar, como descrito no Portal eduCAPES e Toda Matéria.
As reformas pombalinas, em 1759, expulsaram os jesuítas e tornaram o ensino estatal.
O movimento "Escola Nova" nas décadas de 1920 e 1930 propôs a laicidade, gratuidade, obrigatoriedade e coeducação no ensino público, como explica o Portal eduCAPES e a Wikipedia https://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B
Unesco liga falta de refeições saudáveis em escolas à obesidade infantil
Rafaela araujo - Repórter da Agência Brasil, da Agência Brasil
Um relatório da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) divulgado neste mês de setembro reforça a importância de melhorar a qualidade das refeições servidas nas escolas. Apesar de quase metade das crianças no mundo ter acesso à alimentação escolar, a organização alerta que ainda não há atenção suficiente ao valor nutricional dos alimentos oferecidos.
O documento defende ser necessário priorizar refeições equilibradas, preparadas com produtos frescos e acompanhadas de ações de educação alimentar. Também mostra que as refeições escolares podem aumentar em até 9% as matrículas e em 8% a frequência escolar, além de melhorar o desempenho pedagógico.
O relatório alerta para a relação direta entre falta de monitoramento e alta de obesidade infantil, que mais do que dobrou desde 1990, ao mesmo tempo, em que cresce a insegurança alimentar global.
A fome no Brasil que as crianças vivem — escolas, famílias e o desafio da dignidade
Um país com alimento, mas ainda sem segurança
O Brasil é um dos maiores produtores agrícolas do mundo. Mesmo assim, a fome e a insegurança alimentar retornaram de forma vigorosa na vida de muitas famílias brasileiras — principalmente das mais vulneráveis. Segundo relatório da Food and Agriculture Organization (FAO) e parceiros, em 2022 cerca de 70,3 milhões de pessoas sofriam com insegurança alimentar moderada no país — e aproximadamente 21,1 milhões com insegurança grave, ou seja, em situação de “fome”. Serviços e Informações do Brasil
Embora dados mais recentes mostrem melhoras — como a saída do país do “Mapa da Fome” da FAO para o período de três anos até 2024, com menos de 2,5% da população subnutrida. Centro de Excelência+2Aliança Global contra a Fome e Pobreza+2
Mas os números por si só escondem dores: são famílias que não sabem se haverá alimento saudável suficiente; são crianças que vão à escola com fome ou sem comer.
As crianças estão entre as mais afetadas. Estudos mostram que:
Na faixa de até 6 anos, em 2023 quase metade (46,5 %) das crianças vivia em situação de pobreza — cerca de 9,4 milhões de crianças. Fundação Abrinq
Na faixa de menos de 5 anos, 3,8 % apresentavam desnutrição — com 280 mil crianças abaixo do peso ideal, e cerca de 859 mil com baixa estatura para a idade (um indicativo de desnutrição crônica). Fundação Abrinq
Em localidades e famílias de maior vulnerabilidade, os números podem ser ainda mais expressivos. Como aponta uma revisão acadêmica: “apesar dos avanços com investimentos em saúde, educação e renda, a desigualdade social permanece alta e mantém o país entre os mais desiguais do mundo”. PMC
O impacto vai além da saúde física: “A criança com fome não consegue se concentrar. Falta energia nela. …” relatou uma educadora em reportagem sobre salas de aula brasileiras. CNTE-CUT
Ou seja: o futuro dessas crianças — escolar, profissional e pessoal — é comprometido desde cedo.
Para muitas crianças, a escola é o local onde se garante uma refeição que talvez não exista em casa. Aqui entram programas nacionais e importantes, como o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), que busca garantir alimentação saudável nas escolas públicas. Aliança Global contra a Fome e Pobreza
Mas há falhas:
Em 2023, segundo levantamento da Fundação Abrinq, 879 escolas públicas brasileiras não ofereciam merenda escolar. Fundação Abrinq
Em períodos de férias escolares, quando esse apoio deixa de existir, aumentam os riscos: “Muitas crianças em situação de pobreza dependem das escolas que frequentam para se alimentarem. E o período de férias … pode significar fome.” Observatório do 3° Setor
Esse cenário mostra que, mesmo com políticas estruturadas, a implementação não alcança todos os cantos — e nas regiões mais vulneráveis (Norte, Nordeste, zonas rurais) o problema se agrava.
A fome não é uniforme no Brasil — ela se intensifica onde há maior vulnerabilidade socioeconômica. Exemplos:
No Nordeste, 53,3 % das crianças até 6 anos viviam em pobreza. No Norte, 49,7 %. Fundação Abrinq
Em regiões com alto desemprego, falta de infraestrutura e menor acesso a serviços, o risco de insegurança alimentar é maior. Estudos mostraram que, durante a pandemia da Covid-19, mais de 60 % dos lares no Norte e quase 70 % no Nordeste enfrentaram algum grau de insegurança alimentar. BioMed Central+1
Ou seja: além da fome, há um acúmulo de desigualdades — que tornam a solução mais complexa.
A fome infantil e escolar traduz um problema que vai além do imediatismo:
Crianças sem nutrição adequada têm mais riscos de doenças, atrasos no desenvolvimento cognitivo, menor rendimento escolar.
Quando a escola falha em garantir alimentação, o aprendizado fica comprometido — o que impacta o ciclo educativo e, futuramente, o mercado de trabalho.
A desigualdade alimentar reflete um Brasil que produz alimento, mas nem sempre garante acesso a todos. É uma ferida social que atinge direitos básicos — dignidade, saúde, aprendizagem, futuro.
Alguns caminhos já existem, porém permanecem desafios:
Políticas públicas: Programas como o PNAE são fundamentais, assim como políticas de transferência de renda e apoio à agricultura familiar.
Melhoria da execução: Garantir que escolas em regiões vulneráveis recebam merenda, que a logística e os recursos funcionem.
Foco no período fora da escola: Férias, pausas escolares, locais sem escola — precisam de atenção especial.
Combate à pobreza estrutural: Alimentação, por si só, não resolve — é preciso enfrentar desemprego, baixa renda, infraestrutura precária, acesso limitado aos serviços.
Mobilização da sociedade civil e privada: ONG’s, iniciativas de bancos de alimentos, voluntariado, doações, campanhas — tudo soma.
A fome no Brasil não é apenas “não ter o que comer hoje” — é um fenômeno que se estende à infância, à escola, ao futuro. É uma injustiça que rompe no momento mais vulnerável da vida: quando aprenderíamos, cresceríamos, sonharíamos.
Quando uma criança vai à escola com fome ou sem a garantia de uma refeição regular, ela está à margem de um direito básico que muitos tomam como certo.
O desafio do Brasil — e da sociedade — é fazer com que o alimento, o cuidado, a oportunidade, cheguem antes da desigualdade. Para que a dignidade das nossas crianças seja plena, e para que escolas deixem de ser “porto seguro” apenas por causa de uma refeição.